Por Manoel Soares
Publicado no Diário Gaúcho
Estes dias, um menino veio me perguntar por que precisava estudar se muita gente sem estudo também vive bem. Fora aqueles papos óbvios sobre educação, me liguei que precisava entrar na mente do moleque. Talvez, como milhares de jovens, ele estivesse pensando em abandonar a escola.
Lembrei de uma história que recebi por e-mail: um velho lenhador, conhecido por sempre vencer os torneios dos quais participava, foi desafiado por um outro lenhador jovem e forte. Muitos acreditavam que o velho perderia a condição de campeão dos lenhadores, em função da grande vantagem física do jovem desafiante.
No dia marcado, os dois começaram a disputa. O jovem se entregou com grande energia, convicto de que seria o novo campeão. De tempos em tempos, olhava para o velho e, às vezes, percebia que ele estava sentado. Pensou que ele estava velho demais para a disputa, e continuou cortando lenha.
Ao final, foram medir a produtividade dos dois lenhadores. O velho vencera novamente, por larga margem, aquele jovem e forte lenhador. Intrigado, o moço questionou:
– Não entendo. Olhei para o senhor durante a competição e notei que estava sentando, descansando. No entanto, conseguiu cortar muito mais lenha do que eu!
– Engano seu – disse o velho. Quando você me via sentado, na verdade, eu estava amolando meu machado. Percebi que você usava muita força e obtinha pouco resultado.
Essa é a real da nossa vida, galera. Tentar vencer sem estudo é cortar lenha com machado cego. Vai ser mais desgastante e menos proveitoso. Não é somente o que se estuda, mas a disciplina de estudar que faz a diferença. Não adianta somente obrigar o menino a estudar. Como pais e amigos, precisamos convencê-los que estudar é amolar a mente para cortar as dificuldades que a vida trará. Se não, sempre seremos vencidos sem entender o motivo.
Por isso, recomendo aos que vão iniciar seu ano letivo: sentem para amolar seus machados.