quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A Compreensão

Por Leandro André

O conceito que melhor define comunidade é o lugar onde os indivíduos vivem em comum. Quase todas as pessoas no Planeta vivem em comunidades e o que as diferencia é a qualidade de vida. As mais pobres, com menos qualidade de vida, e as mais ricas, com mais. Fazendo uma análise apressada, encontramos a justificativa óbvia de que o dinheiro faz toda a diferença. No entanto, conclusões apressadas mascaram as coisas. Então, de forma objetiva, vamos um pouco além do óbvio nessa análise.

Com a violência generalizada no Brasil, tem sido cada vez mais comum a formação de condomínios fechados, onde a classe média alta tenta se esconder, fugir da realidade. São lugares bonitos, com belas mansões e jardins cinematográficos, que evidentemente proporcionam certa segurança e qualidade de vida para seus ocupantes. Mas o ser humano consegue ser feliz, de verdade, vivendo em bolhas completamente diferentes da realidade da imensa maioria?

Vamos deixar um pouco os ricos em suas bolhas e analisarmos as comunidades pobres das periferias, onde vive a imensa maioria da população brasileira. Por que algumas são organizadas, limpas, com saneamento e casas coloridas, enquanto outras são imundas, têm o esgoto correndo a céu aberto e o Estado não chega? Por que a diferença se a questão não é a quantidade de dinheiro de seus moradores?

Eu me atrevo a responder as duas perguntas que fiz nos parágrafos acima. Não, não é possível ser feliz vivendo em bolhas, completamente diferentes da realidade. Pode aliviar, mas o ser humano não nasceu para viver em bolhas. O cotidiano se encarrega de provar isso.

Em relação às diferenças de comunidades pobres, sendo algumas bem organizadas, bacanas, e outras um caos, o motivo está na união dos seus morados e na compreensão da importância desta união. Se o poder emana do povo, conforme garante a Constituição, então o poder está nas comunidades. As que conseguem perceber isso e se organizar alcançam melhor qualidade de vida, ao contrário das que vivem na sombra da ignorância e da pobreza do individualismo. Parece conclusão de almanaque. E até pode ser. No entanto, não adianta enrolar, pois é assim mesmo.

Eu acredito que as comunidades precisam compreender a força que têm quando seus indivíduos se unem pelo bem comum. E quando isso acontecer em nosso País, de forma ampla, então vamos ascender como sociedade e não haverá mais a necessidade dos mais ricos se refugiarem em bolhas e os mais pobres viverem pulando esgoto a céu aberto.

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