sexta-feira, 13 de abril de 2012

Passe adiante

Por Manoel Soares
Publicado em Diário Gaúcho



Amigos, muitos de nós, favelados, estamos sendo chamados para ser candidatos ou participar de campanhas eleitorais. Apesar de alguns verem o fato como algo ruim, isso significa que agora temos peso. Em outros momentos, seríamos ignorados. Agora, tentam nos cooptar. Antes, fugiam da gente, ou seja, crescemos. Porém, é importante entender o que está em jogo.
Óbvio que a pessoa que se candidata ou se vincula publicamente a uma campanha deve entender o que está em jogo, entender como funciona, para fazer análises equilibradas dos cenários.
Basicamente, existem três razões pelas quais as pessoas se candidatam.
Primeiro: fortalecer seus projetos políticos pessoais ou coletivos. Começam como vereadores e, depois, crescem e alavancam um grupo.
Segundo: fortalecer correntes internas dos partidos. Assim, oxigenam e ampliam os quadros internos, e ganham força para decisões posteriores.
Terceiro: preencher legenda e reforçar as candidaturas majoritárias. São candidatos descartáveis, que atuam como cabos eleitorais com números.
Você precisa entender em que cenário você se enquadra antes de decidir. Outro fator importante é saber que para uma pessoa ser eleita precisa de duas coisas.

Primeiro: ter um nome forte, que seja sólido nos currais eleitorais, e que sobreviva ao processo eleitoral.

Segundo: uma campanha custa caro. Quem vai pagar tem interesses que precisam ser atendidos.

Acredito que você deva observar esses fatores e avaliar o que deve ser feito. A única pergunta que lhe faço é se você precisa disso. Óbvio que se os bons não se colocarem, os maus vão dominar. Mas a política não é feita de brigadeiro e mel. Ela é uma arena, na qual sonhadores são mastigados até virarem operadores reais de mudança. Alguns conseguem realizar seus objetivos, outros desistem e reclamam. E há os que só conseguem mudar a própria vida. Passe adiante.

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