sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A cor da dama

Por Manoel Soares
Publicado em 19 de agosto no Diário Gaúcho

Ultimamente tenho recebido muitos e-mails me perguntando qual é meu tipo de mulher, essa curiosidade nada tem haver com assédio, até porque pagar de galã nunca foi a minha cara, não tenho esse potencial, o buraco é mais embaixo. Alguns e-mails me xingavam dizendo que não gosto de mulher branca, outros me acusam de não gostar das negras, eu mesmo não sei de onde saiu esses papos de girinos, mas vambora desenrolar a respeito né?

Primeiro acho que ninguém deve ser xerife da vida amorosa ou sexual de ninguém, com quem os malandros e as minas se embolam é problema deles. Por outro lado, este conflito de cores é algo que sempre fica no ar, ninguém fala, mas todo mundo pensa. já vi muitos negros acabarem nos braços de loiras porque veem nelas uma forma de dizer para sociedade que eles também são capazes, vi muitas loiras saírem com negros por achar exótico ou por acreditar em certas lendas que não cabem nestas linhas.

Porém generalizar taxar as relações inter-raciais como conflitos de personalidade é burrice, em milhares de casos pessoas de cores diferentes simplesmente se amam e querem ser felizes e o mundo que fique na sua, eles se atraem e se curtem e são felizes ignorando as diferenças, O amor não tem cor e quando a cor fala mais alto não tem amor. Eu da minha parte gosto de mulher, não meninas mimadas ou marretas, mulheres que seja no espelho do teto ou na luta diária pode ser minha parceira, isso independe da cor da pele. Claro que se a relação é inter-racial é importante que saibam lidar com as situações delicadas, afinal o mundo é burro e trata ambos de forma diferentes, a mulher branca precisa saber como agir ao ver seu preto sendo discriminado, o homem negro tem que saber proteger sua branquinha de piadas e insultos que possam surgir, tudo na boa e sem crise, mas não é nada que não possamos enfrentar e superar se existe amor.

Lembro aos radicais que nossa raiz é multirracial, temos um sangue misturado, nesse pampa ninguém é puro, nem preto nem branco. Pensar em cores e raças diferentes já matou mais de seis milhões, não podemos cair no mesmo erro, mesmo que as mortes sejam simbólicas. Já comi sushi feito por uma preta que parecia do Japão e já sambei com loira que parecia nigeriana, não posso mentir, existem diferenças sim, os lábios das negras são mais carnudos e firmes, das brancas mais macios e sensíveis, mas os corações são iguais e isso que importa.

Seria lamentável que uma pessoa deixasse seu grande amor escapar por preconceito ou que usasse a diferença da pele para mandar mensagens babacas para os outros, dane-se a cor, amemo-nos, mas pelos motivos certos. Não quero saber a cor dela, só quero que ela seja minha e eu seja dela, afinal existem momentos em que as cores desaparecem mesmo.

Juíza determina toque de recolher em Teresina

Por André Erich

Recentemente a justiça de Teresina, no Piauí, determinou o toque de recolher nas ruas da cidade. Menores de dezoito anos não podem circular pelas ruas, bares e boates depois das 23H, se não estiverem acompanhados dos pais ou responsáveis ou uma carta escrita a punho autorizado pelos mesmos.


O objetivo do Ministério Público é proteger o adolescente do constante aliciamento de traficantes aos menores. Tendo em vista que “o CRACK e a OXI”, já podem ser considerados uma epidemia, na qual, assola 98% das cidades brasileiras.

Para alguns psicólogos e outros especialistas da área da saúde, esta decisão é uma medida muito autoritária que, infringe os direitos dos cidadãos de ir e vir. Para eles tal resolução não terá sucesso porque o jovem deve ser educado com responsabilidade e não austeridade.

O fato é que, certa ou não a referida medida, fica muito claro que há uma luz no fim do túnel, pois se pessoas influentes na sociedade já discutem o assunto, já é um começo, Entretanto, há muitas outras medidas que devem ser analisadas no combate contra as drogas, aí estão algumas delas:

· O alto índice de analfabetismo no Brasil (atrelado a si a falta de informação de muitos pais).
· A baixíssima qualidade de ensino e preparação de professores da rede pública para lidar com crianças problemáticas.
· Violência doméstica.
· Impunidade a traficantes.
· Ações sociais mais efetivas e sistemáticas nas escolas (palestras constantes sobre o tema).




Usuários e Crime tem ligação?

Por Frank Domingues

Todos os especialistas, antropólogos, jornalistas criminais, profissionais da área de segurança, enfim a sociedade liga o aumento da criminalidade ao consumo de drogas. Usuários furtam e roubam qualquer coisa de qualquer pessoa para saciar o vicio da droga. Mas ate que ponto isso posso ser interligado? Uma pergunta um tanto curiosa para não dizer estranha, que eu mesmo comecei a perguntar-me há uns meses.

Um amigo de infância foi para esse lado escuro. Apesar de ter tudo que a família podia proporcionar-lhe, inclusive amor, carinho e criação digna, ele cedeu ao encanto miraginoso das drogas. Velha história, um baseado para fazer parte de galera, depois um pó para ficar alegre ate que chegou ao mais alto pico da pedreira.

Desde sua entrada nesse submundo, eu em varias conversas francas que tínhamos, eu reparei uma coisa fora da normalidade. Ele nunca roubara para sustentara o vicio. Perdeu vários empregos, inclusive dois de cunho público. Mas sempre fazia seu corre sem prejudicar alguém se quer.

Por muito tempo achei que fazia jus a frase: toda regra tem sua exceção. Com o passar dos meses, e devido ao meu local de trabalho comecei a ter contato com vários tipos de usuários, meliantes, enfim a “sujeira da sociedade”. Inevitável não conversar sobre vários tipos de assuntos, inclusive sobre a assinatura dos artigos assinados por eles.

Esse contato, aliado à curiosidade comecei a anotar alguns aspetos sobre isso. E um dos dados que formulei em gráfico foi que, a cada dez usuários, dois fazem corre para sustentar o vicio. A faixa de idade desse tipo de usuário autossustentado e de 25 a 45 anos.
Agora começo a questionar que, será que os usuários que roubam e depois usam o vicio como desculpa e vice versa, realmente são “doentes” ou são geneticamente malandros demais para trabalhar, mesmo que não fossem usuários?

Mesmo que não se utilizasse das drogas, será que cometeriam os mesmos crimes? Teriam a disposição de qualquer cidadão para labutar dia a dia, sol a sol?

Ainda terei de estudar muito, e pensar mais ainda, pois o bryanstorm sobre esse assunto é violento porque sempre terá uma nova questão polemica, um sociólogo radical, um antropólogo liberal e tudo fora de sintonia, mas com uma única coisa em comum: manter os jovens, principalmente os mais vulneráveis longe das drogas e do crime.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O Bairro que Queremos

Por Leandro André
Diretor da Gazeta Centro-Sul

Desde 2008, vem sendo desenvolvido no Bairro São Francisco, na cidade de Guaíba (RS), o projeto “O Bairro que Queremos”, que acontece por meio de um conjunto de ações envolvendo comunidade, iniciativa privada e poder público. Muitas coisas positivas têm sido feitas, como a Praça na entrada da Vila; pavimentação e limpeza de ruas; cursos de culinária e artesanato, entre outros. No entanto, percebo que as coisas acontecem com mais facilidade quando a participação da comunidade é maior. Há quem fique esperando as coisas acontecerem, o que dificulta a realização de mudanças importantes. É preciso acreditar que tudo fica mais fácil na vida em sociedade quando a maioria quer o melhor e participa das ações para melhorar.

Um grupo de voluntários realiza trabalhos promovendo a cidadania; inclusão digital; qualificação profissional; melhorias do meio ambiente; e tentativa de reduzir a evasão escolar. Entre as diversas atividades já realizadas, estão mutirões de limpeza; construção de uma praça; legalização da Associação de Moradores; cursos de informática; oficinas profissionalizantes; e cursos da Cozinha Brasil, que ensinam a preparar refeições de baixo custo aproveitando os nutrientes de partes das verduras e legumes que na maioria das vezes são jogadas fora.

Além de funcionários da Sulfato Rio Grande, fazem parte do corpo de voluntários representantes da Prefeitura, da Escola Estadual Otero Paiva Guimarães, da Ulbra, da Gazeta Centro-Sul, do Projeto Pescar, da Associação de Moradores do Bairro São Francisco, da Escola de Educação Infantil Santa Isabel, da Brigada Militar, do Grupo AMA, da 12ª CRE e do Grupo de Terceira Idade do Sesi. Há também a participação de alguns membros da comunidade, mas ainda em número pequeno.

Em breve, será lançado o jornal do Bairro, que leva o nome do projeto, para que todos os moradores possam se informar melhor a respeito do que está acontecendo e consequentemente participar, dando a sua contribuição; colocando a mão na massa, como se diz.

No primeiro semestre deste ano de 2011, o projeto recebeu o troféu Parceiros Voluntários do Rio Grande do Sul, destacando-se com mais onze, no Estado, que colaboram sobremaneira com o fortalecimento da cidadania do povo gaúcho.

Para uma comunidade se desenvolver e melhorar a sua qualidade de vida é preciso que os moradores estejam bem informados e que participem das ações comunitárias. Não é tarefa fácil promover mudanças, mas também não é impossível. E tudo se torna bem mais fácil de alcançar quando a maioria quer e colabora.

Para quem desejar maiores informações sobre o projeto O Bairro que Queremos, é só ligar para (51) 3491.9300.